As incelenças, também denominadas incelências, cantigas de guarda, cantigas de sentinela ou benditos de defuntos constituem uma forma de expressão musical típica de localidades do Ceará, Sertão Nordestino e cidades do Vale do Paraíba, ocorrendo também em outras localidades do Brasil.
São cânticos fúnebres, a fim de ajudar o morto a fazer a travessia. A execução de tais cantigas é feita sem acompanhamento instrumental, sendo, geralmente, puxada por uma ou mais vozes femininas, que cantam os primeiros versos de cada estrofe e às quais se segue um coro em uníssono, entoando os demais. Embora tenha sido, no passado, bastante comum nos velórios, a severa repressão policial, em parceria com o descaso das autoridades católicas, restringiu a ocorrência das incelenças às zonas rurais mais isoladas e distantes das grandes cidades.
No caso, essa música que compus é apenas uma homenagem ao tema, não representando uma incelença de fato. A inspiração veio depois de uma conversa com um amigo de Florianópolis cuja família é nativa e tradicional da ilha. Ele me explicou sobre outro costume antigo de homenagem aos mortos, chamado ‘Coberta da Alma’ [procure saber do que se trata…]. Fiquei impressionado e fiz esse tema.
Segue abaixo o meu arranjo solo para violão de 6 cordas, transcrita pelo violonista Júlio Cordoba.
[BAIXE AQUI A PARTITURA (PDF) DESSA MÚSICA]
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Composição / Violão de 7 cordas – Marcelo Portela
Contrabaixo acústico – Juampi Carranza
Filmagem e edição – Daniel Choma
Gravação, mixagem e finalização de áudio – Paulo Costa Franco
Produção Audiovisual – Câmara Clara
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